É possível dizer que, de todas as bebidas alcoólicas que se vê por aí, o vinho é o mais controverso. Isso porque muitos o tornam complexo demais, cada um tem uma opinião sobre tudo e sobra o “diz que me diz que”.
São várias histórias e interpretações que chegam realmente a nos confundir. Tanto que escolhemos 5 boatos sobre vinhos para desvendar qual é mito e qual é verdade.
Mito. Os vinhos verdes são vinhos que provêm da região do Minho, norte de Portugal, que é conhecida como a Região Demarcada dos Vinhos Verdes. O local é chamado assim por conta da bela e extensa vegetação, que empresta a sua cor para denominar os vinhos produzidos no local. Isso quer dizer que você encontra vinhos verdes brancos, tintos e até rosés. É possível que você encontre tanto lá quanto em qualquer outra parte do mundo alguns vinhos brancos com nuances verdeais, o que é um indicativo de que se trata de um exemplar bem jovem ou recém-produzido, mas nada tem a ver como o fato de ele ser um vinho de cor verde.
Parcialmente verdade. Ao elaborar o vinho rosé, o produtor pode se valer não apenas de um, mas de vários métodos, como a prensagem, a sangria, a mistura de uvas tintas e brancas e a mistura de vinhos. Alguns produtores se valiam (e nada impede que se valham ainda hoje) da mistura de vinhos tinto e branco, mas a qualidade da bebida, ao final, pode ser bastante questionável. Hoje se ouve falar muito mais dos métodos da sangria e da prensagem, tanto no Brasil quanto no exterior.
Verdade. A região francesa Champagne faz parte do sistema Appellation d’Origine Contrôlée (AOC), no qual há um rígido controle de qualidade na produção de certos produtos, os quais podem levar o nome do local que os produziu. No caso dos vinhos espumantes feitos em Champagne, eles devem seguir um padrão de criação que, entre outras coisas, estabelece qual o método de produção deve ser seguido e as uvas que podem ser utilizadas.
Seguindo tais regras de controle, os espumantes lá produzidos serão chamados de champanhe.
Fora dessa região, ainda que se valendo do mesmo processo e das mesmas uvas, a bebida não poderá receber tal designação (ou seja, ela poderá ser chamada de espumante, sparkling wine, o que for, exceto champanhe).
Logo, todo champanhe é um espumante, mas nem todo espumante é um champanhe!
Mito. As tampas são ótimas vedantes para vinhos brancos, rosés e tintos e ainda tem uma vantagem grande sobre a rolha que é impedir a contaminação do vinho pela doença da rolha (bouchonnè), além de inibir as chances de oxidação por infiltração ou rachadura da cortiça. O conservadorismo e o romantismo que existem em torno da rolha impedem que se vejam os outros vedantes, como as tampas e as rolhas de vidro como alternativas válidas.
Por conta disso, a rolha de cortiça segue como um grande ícone no mundo dos vinhos e é até item de colecionadores. Um dos maiores trunfos de se utilizá-la se dá pelo fato de ela ser porosa, o que permite que o vinho seja micro-oxigenado, ou seja, tenha um contato mínimo com o ar. Isso beneficia muito os exemplares que precisam de alguns ou de muitos anos de guarda para evoluírem e se tornarem incríveis. Isso não elimine a concorrência entre os vedantes, mas a rolha ainda é a favorita do público.
Mito. A grande maioria dos vinhos é feita para ser consumida jovem, o que significa que se você resolver guardá-los por muito tempo, eles podem perder o vigor até o ponto de se tornarem impróprios para beber.
Por outro lado, há vinhos que realmente melhoram com o tempo e, por isso, são próprios para a guarda. Aliás, caso alguns deles sejam bebidos antes da hora, podem se revelar desagradáveis por serem muito ácidos ou muito adstringentes, por isso, precisam “evoluir” dentro da garrafa para atingir a sua excelência!
Dúvidas sobre qual vinho é para guarda e qual deve ser imediatamente consumido? Verifique essa informação na hora da compra. Algumas lojas online costumam informar o potencial de guarda, por exemplo. Mas saiba que a imensa maioria dos vinhos que estão à venda é de consumo imediato!
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