E no outlet… um belíssimo Pinot Noir!

Vinhos de bom custo-benefício neste blog? Temos.

Ano passado, logo que o isolamento se tornou uma realidade praticamente sem volta, rolou um outlet bem do bom na Mistral. Acabei entrando na onda e comprei quase uma dúzia de vinhos. E, entre todos os rótulos, o que mais me chamou a atenção foi este Pinot Noir que saía por 90 reais.

Quem compra vinho regularmente sabe que 90 reais não está barato nem pra um vinho nacional.

De fato, os preços dos vinhos já vinham numa escala ascendente. Só que a pandemia, as crises e a flutuação cambial contribuíram para alçá-los (ainda mais) à condição de artigo de luxo. Agora um rótulo dos mais rasteiros, desses que se bebe e se esquece no minuto seguinte, já se encontra fácil na casa dos três dígitos. Isso quando se encontra o vinho! Já andou dando uma olhada no tanto de “fora do estoque” que tem por aí?

Ninguém sabe precisar como será o cenário pós-pandemia. Além de todas as crises que precisamos superar, existem sempre as medidas oportunistas – como as salvaguardas – que volta e meia surgem pra assombrar o setor e tirar especialistas, profissionais e consumidores do sério.

Portanto, um vinho francês de 90 reais pode não ser superacessível, mas considerando o contexto e o que ele entrega, pode ser – sim – de ótimo custo-benefício.

Comprei apenas uma singela garrafa do La Petite Perrière Pinot Noir 2018 e queria ter comprado mais.

Esse vinho é produzido pela Domaine Guy Saget. A propriedade da família Saget é fruto da combinação de diversos vinhedos próprios e que se estendem pela região francesa do Vale do Loire. É em Sancerre que chega a linha La Petite Perrière, da qual faz parte esse Pinot Noir. Aliás, ele foi elaborado especificamente na Domaine de la Perrière, propriedade histórica com caves subterrâneas naturais cavadas há 200 milhões de anos e que, desde 1996, também pertence à família.

Sobre a Domaine de la Perrière: dos seus 43 hectares, a Sauvignon Blanc ocupa 38 hectares, enquanto à uva Pinot Noir restam 5 hectares. Segundo o site oficial, a sua localização em Sancerre proporciona uma exposição muito boa, o que ajuda as uvas a atingirem a maturação ideal. Além das condições naturais favoráveis, as vinhas são geridas de forma sustentável e o produtor realiza um trabalho muito meticuloso ano após ano, que envolve a poda em verde, a seleção de cachos, a colheita manual e uma extração na medida para obter o que as suas uvas têm de melhor.

A Mistral disponibiliza a ficha técnica do La Petite Perrière Pinot Noir 2018 no seu site. Descreve que a vinificação é tradicional e com controle de temperatura em tanque de aço inoxidável. Ele passa por uma fermentação malolática completa. Passa, também, por uma leve passagem por barrica de carvalho francês. No geral, a importadora pontua que é um vinho que alia classe e tipicidade a um preço difícil de resistir.

Impressões: é um tinto bem aromático, com notas de framboesa fresca, um toque defumado, flores murchas e um toque terroso. Ele é seco, tem boa acidez, taninos finíssimos, é de leve pra médio corpo e tem um retro-olfato marcado pela fruta vermelha.

As duas palavras-chaves que definem esse vinho estão na descrição da Mistral: tipicidade e preço acessível. Os aromas traduzem bem a expressão da uva e o vinho entrega, do nariz à boca, o prazer que a gente busca num correto, típico e gostoso Pinot Noir.

Planejada a harmonização, eis que chegam via delivery um baião de dois com costelinha na lata e uma carne do sol com purê de macaxeira. As comidas vieram mais pesadas do que imaginávamos, com a manteiga de garrafa bem presente e tudo riquíssimo em sabor. Embora tenha sido difícil equilibrar a mesa, já que tudo pendia para os pratos, o baião foi o prato foi o acabou se acertando melhor com o Pinot.

O vinho hoje está fora do estoque…

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Se você já experimentou o La Petite Perrière Pinot Noir 2018 da Domaine Guy Saget, avalie aqui embaixo!